As cidades abrigam 54% da população mundial, de acordo com a Organização das Nações Unidas. Ainda de acordo com a ONU, esse número chegará a 66% até 2050. A América Latina, com 80% de população urbana, é um dos maiores exemplos desta realidade. Entre as razões que levam ao aumento destes números, destacam-se a busca por oportunidades de trabalho e a determinação em conquistar melhores condições de vida. No entanto, o crescimento leva as cidades a enfrentar dois grandes desafios: desenvolver-se de forma sustentável e garantir qualidade de vida a todas as pessoas.
Estes desafios destacam a importância de modernização das estruturas urbanas existentes, acompanhada da aplicação de novas tecnologias, de modo que elas estejam a serviço das necessidades da população.
Cidades Inteligentes
Incorporar comunicação e soluções tecnológicas voltadas à urbanização dá origem ao conceito de cidades inteligentes ou Smart Cities, que surge com o objetivo de fazer avançar o planejamento urbano, prometendo monitoramento, análise e melhoria em tempo real de serviços. De forma dinâmica e integrada, o propósito é gerar benefícios à gestão governamental, ao meio ambiente, aos setores produtivos e aos cidadãos que, imperativamente, devem estar engajados nos processos.
Exemplos no Mundo e a Realidade Nacional
Cidades europeias já se destacam na aplicação do conceito. Amsterdã, na Holanda, Barcelona, na Espanha e Estocolmo, na Suécia, são bons cases de convivência harmônica e produtiva com a tecnologia no setor de mobilidade, com apoio de smartphones, mapas digitais e abordagem sistêmica. Em Londres, o sistema público de transporte permite que 19 milhões de visitantes paguem tarifas de ônibus e metrô de forma rápida e segura, pelo celular, sem emissão de cartões. Pequim, famosa pela poluição do ar, já testa purificadores que filtram as partículas e liberam ar puro.
No Brasil, cidades difusas e mono funcionais ainda são regra, já que o crescimento dessas regiões aconteceu, majoritariamente, sem planejamento e ordenamento. No entanto, inspirações começam a surgir. Em Petrópolis/RS, o monitoramento de pluviômetros para a detecção de calamidades utiliza a Internet das Coisas (IoT), mesma tecnologia que faz os radares de trânsito funcionarem na cidade de São Paulo. No Paraná, lixeiras emitem um aviso à central de gerenciamento de resíduos, quando estão cheias.
A Logística nas Smart Cities
Qualidade de vida, capacidade de trabalho e preservação ambiental, características das Smart Cities, também têm a ver com logística. Em relação à logística, seu objetivo deve ser oferecer inovação em serviços, associada a diferentes modais e gerenciamento de tráfego. Funcionalidades como informação do trânsito em tempo real, veículos autônomos e compartilháveis, armazenamento inteligente e informações de rotas multimodais integradas são algumas das que podem representar grandes incentivos à atuação do setor.
Questões Centrais
Fatores decisivos têm influenciado a velocidade com a qual as cidades inteligentes se tornam realidade. Mudanças climáticas, digitalização da indústria, novas tecnologias de construção, big data e conceitos como co-working e co-living são questões centrais que tendem a influenciar na transformação dos espaços urbanos e merecem a atenção de empresas e organizações preocupadas com a construção de um futuro mais eficiente e sustentável.
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